quinta-feira, 4 de julho de 2013

O GRANDE VAGO



Não é um momento, tão somente e apenas. Não é um fase. Tão pouco um estado, emocional – no sentido de transcendência ou outra experiência menos comum.

Talvez seja um vazio; não tão vazio assim. Como uma mansão abandonada, sem vida, mas com todo o seu recheio mobiliário – desmantelado e decrépito - relatando histórias empoeiradas e desconexas, desafiando a compreensão e o bom senso.

Como estar estático num labirinto que se move e me leva por áleas intrincadas e sem saída aparente. Resta que tudo pare de girar e se desvaneça numa neblina fria, esperando o sol brilhar.

Até lá... até então... até nem sei... apenas fitar o desfile de vultos e luzes, silêncios que pronunciam discursos ambíguos e que se na sua ausência de sentido, de propósito, revelem um... porquê.

Encarcerado numa prisão sem muros ou grades.